segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O lucro começa com uma boa contratação


É notório que grande parte das empresas enfrenta todo tipo de dificuldade para continuar a existir. Problemas financeiros, falta de planejamento, vendas, ferramentas suficientes para produzir. Muitas atribuem seu fracasso ao vultoso ônus tributário, enfim, todo tipo de enfermidade empresarial existe.

Todavia, o que não se percebe é que muitos dos problemas de uma empresa têm início nas contratações que realizam. Problemas financeiros iniciam-se por falta de planejamento, e este, fora feito por pessoas. Ausência de boas vendas acontece por inúmeros motivos, porém, têm início na incapacidade profissional, seja do líder, do proprietário ou do colaborador. A escassez de equipamentos físicos ou ferramentas gerenciais que melhoram a produção e a produtividade nascem, antes de qualquer outra coisa, na incapacidade dos gestores. Diante dessas constatações, fica evidente que praticamente todas as intempéries empresariais têm origem nas ações das pessoas que nela labutam.

Uma empresa que não está realizando boas vendas, normalmente, tem um gerente de vendas ruim, ou um líder ruim, ou um dono ruim. Um desses indivíduos errou e está errando nas decisões, seja ao abrir a empresa, onde não foram identificados potenciais clientes, não se pensou nas estratégias de localização, diferenciação, preço. Outro cometeu erros e continua repetindo-os por não acompanhar seus colaboradores no atendimento que dedicam aos clientes e outro indivíduo ainda tem errado em não conseguir colocar pessoas certas nos lugares certos.

As empresas gastam fortunas em propaganda, porém, não se empenham em treinar as pessoas que atenderão os clientes advindos do esforço divulgacional feito. Milhares de reais a caminho do lixo, novamente, por falta de pensamento estratégico de saber equilibrar os investimentos em pessoas e propaganda.

O treinamento deve ser uma constante nas empresas. Muitos empresários me dizem que quando treinam seus colaboradores, logo, eles vão para outra empresa. Aprendem, melhoram e, em seguida, abandonam quem neles investiu. Esse pensamento dos empresários e gestores está mais associado ao orgulho ferido do que o desejo real de que o colaborador fique. Sempre os investigo dizendo: “Sim, compreendo, mas, se você não treinar, ele será sempre medíocre e pior, ficará eternamente com você, levando seu dinheiro todo mês, sem lhe apresentar grandes resultados”.

Há como acabar com os problemas nas empresas? Não, obviamente não, a não ser que exterminássemos os seres humanos e, lógico, não é isso que precisa ser feito.

As empresas precisam gastar mais, investir mais no momento da contratação de pessoas. Não se contrata mais um mero currículo invejável. Pessoas com bons currículos, ou seja, experiências, estudo, cursos de aperfeiçoamento, não apresentam os únicos requisitos para serem contratadas. Uma boa contratação depende de vários outros fatores, como, por exemplo, tentar medir a dedicação, a determinação do candidato, promovendo algumas perguntas chaves, dinâmicas de grupo e individuais. Perguntas como: “quantos livros você leu este ano, ou no ano passado? Como você resolve conflitos interpessoais? Por que você se considera uma pessoa dinâmica? Você é capaz de fazer uma demonstração agora, do que está explícito no seu currículo? Você é capaz de reproduzir um resumo dos cinco livros que diz ter lido?

Deve-se também promover dinâmicas de grupo, que procurem explicitar a capacidade de liderança, de atitude dos candidatos e, principalmente, sua capacidade de relacionamento. Hoje, um dos mais graves problemas nas empresas é a falta de inteligência emocional, que culmina em péssimos relacionamentos.

O tecnicismo é necessário. Não se contrata uma pessoa para construir uma casa sem que ela saiba assentar tijolos, esquadrinhar a construção, fazer uma boa fundação. Porém, já existem muitas pessoas com capacidade técnica. Por isso, não é difícil encontrá-las ou, pelo menos, é mais fácil do que encontrar pessoas que, além de técnicas, experientes, também saibam lidar com gente, se relacionar, ouvir com atenção, pensar antes de reagir, terem ideias. Invariavelmente, toda empresa precisa de colaboradores, do mais alto nível hierárquico ao menor, pessoas com essas características. Possivelmente, em algumas delas, essas exigências não sejam tão evidentes, mas, ainda assim, necessária.

O lucro de uma empresa não começa quando os clientes a adentram, aliás, para muitas empresas, nesse momento começa o prejuízo, por falta de pessoas qualificadas. Depois de constituída a empresa, o lucro tem início em boas contratações, pois, com pessoas certas nos lugares certos todos os gastos tendem a ser menores.

Fonte: ogerente canais

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