Geração Y é o nome dado aos jovens que vieram ao mundo entre 1980 e 2000, na era da internet. São pessoas elétricas, capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo sem perder o foco.
Também são questionadoras e pouco pacientes para aguardar que as coisas aconteçam em seu devido tempo, principalmente na vida profissional. Nem todos os jovens brasileiros são assim.
Talvez 20% sejam, se tanto. Mas nas empresas ao peneirar os candidatos, elas buscam exatamente aquilo que vai gerar controvérsias em curto prazo: atualização e ambição. Jovens com esse perfil não estão dispostos a cumprir ordens sem entender a razão, ou a aceitar tarefas rotineiras e sem desafios, ou a esperar dois anos por uma oportunidade de promoção.
A urgência da geração Y se choca com o pragmatismo da geração anterior, que ocupa os principais cargos nas empresas. Por isso a maioria das pessoas inferim que talvez exista um “erro neste processo”.
Não é bem um erro, é um desencontro. Quando estamos contratando os expoentes da geração Y, e eles estão mostrando na prática aquilo que os diferenciou no processo seletivo, espera-se que os superiores aprendam a conviver melhor com esta pressa dos subordinados. Que no fringir dos ovos preenche a organização com uma nova energia,fonercendo bateria, recursos e novas visões de coisas que já estavam esquecidas pelos antigos colaboradores.
Podemos notar que as perguntas que são feitas em entrevistas nunca mudam. Isso não seria falta de imaginação dos entrevistadores?
Não, não seria. Com pequenas variações culturais, essas perguntas se repetem no mundo inteiro. Como você se sente trabalhando sob pressão? Qual é seu maior defeito? Como você se vê daqui a cinco anos?
Um candidato terá de encarar essas questões no Cazaquistão ou em Jacarepaguá. Eu conversei com um entrevistador que está no ramo há 25 anos e já entrevistou mais de 12 mil candidatos. Ele faz sempre as mesmas perguntas. E separa os candidatos em duas categorias: aqueles que têm noção do que estão respondendo e os que apenas decoraram as respostas.
O primeiro tipo, diz o entrevistador, reage como se tivesse 8 anos de idade. À pergunta “Qual é seu maior defeito?”, dispara rápido: “Perfeccionismo”. Ou “Ansiedade”. E faz cara de quem acertou, como se a professora tivesse perguntado quanto é 8 vezes 7. Essa seria a diferença entre um candidato com conteúdo e um candidato vazio. O primeiro relatará um fato pessoal para ilustrar sua resposta.
O segundo ficará calado, porque já disse tudo. A dica do entrevistador é: decore as respostas, mas acrescente a elas sua pitada pessoal de sinceridade. Parece simples, mas, nas contas dele, só um em cada dez candidatos é capaz de formular uma resposta autêntica para uma pergunta batida.
Então, por aqui já passaram nove, você é o décimo que fará toda essa diferença!
Texto retirado da Revista Época, adaptado por Jonas Schell
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